O que querem as mulheres? É de olho nessa
resposta que muitas empresas e investidores estão planejando estratégias
e tomando decisões. É que as mulheres, cada vez mais, decidem os gastos da
família.
A distância entre os sexos ainda existe, mas está menor no acesso à educação, à
informação, ao mercado de trabalho. Elas ganham terreno também na hora de
decidir para onde vai o dinheiro da família.
Tem muita gente de olho no número de sacolas que as mulheres trazem das compras.
E não são só os maridos. Com mais dinheiro no bolso, o consumo feminino
tem sido considerado um combustível cada vez mais importante no crescimento
econômico.
O Goldman Sachs, um dos mais importantes bancos de investimentos do mundo,
estudou a mudança do perfil de gastos das mulheres, e concluiu que vale a pena
apostar no interesse delas.
No Brasil, a participação feminina no mercado de trabalho subiu de 39% para 60%
em 17 anos. Diferentemente dos homens, que priorizam gastos pessoais, as
consumidoras pensam no bem estar da família. Gastam mais em comida, saúde e
bens duráveis - eletrodomésticos, por exemplo.
“O fato de as mulheres receberem mais vai se traduzir de fato no ganho das
empresas, no lucro das empresas. Então, empresas que são mais
voltadas para esse segmento acabam tendo, apresentando um lucro um pouco maior
do que as outras, e acabam performando melhor que outras empresas. E sobe o
preço da ação”, afirma a economista Mariana Costa.
Por isso, o consumo feminino já é apontado alvo de investimentos nos próximos
anos, candidato a disputar com as commodities a atenção dos investidores no
mercado de ações. Um ambiente em que elas também já se sentem confortáveis.
Há seis anos a bolsa que mais atrai a atenção da investidora Eliane Melo é a de
valores. “A partir do momento que eu me aprofundei e fiquei apaixonada pelo
mercado, comecei a me empenhar muito nos estudos, aprofundar o que eu conhecia.
Hoje, fiz a minha escolha. Deixei a profissão para viver do mercado”.
Quem investe ou administra de olho no longo prazo, percebe essa mudança que
na casa da empresária Suzana Brasil e de Roberto já é regra há muito tempo. Ela
decide, e compra tudo. Até o carro dele. “Eu conheço ele, eu percebi que ele
gostou. Daí ele falou: ‘está bom’. Aí você resolve como vai fazer para pagar”,
diz Suzana. “A última palavra foi minha, e eu disse que estava ótimo”.