
Uma cena que acontece num ambiente onde um manda, o outro obedece. Muitas vezes por medo de perder o emprego. Uma mulher trabalhou como chefe da contabilidade de um banco durante 18 anos. O constrangimento era provocado pelo gerente geral. �Era sempre aquele comportamento comigo�, conta Houve uma festa de anivers�rio e as mulheres da ag�ncia foram obrigadas a participar. �Pediu pra que eu partisse o bolo e como era o bolo? Um �rg�o genital", conta. O ass�dio durou tr�s anos e terminou demitida. �Eu n�o esque�o de nada disso eu esque�o. S�o coisas que eu relembro sempre", afirma Se ela tivesse sofrido a humilha��o uma ou duas vezes, isso n�o poderia ser considerado ass�dio moral. Esse tipo de viol�ncia � caracterizado por acontecer repetidas vezes, dentro da jornada de trabalho, quando a pessoa est� exercendo a sua fun��o. A v�tima se sente desestabilizada e muitas vezes s� tem vontade de pedir demiss�o. �No caso do ass�dio a empresa ir� responder pelos danos que vir a causar�, declara Ney Ara�jo, advogado. Sugest�es de especialistas para se proteger do ass�dio: - Anote detalhes das agress�es: hora, local, nomes. - Mostre evid�ncias aos colegas: procure dar visibilidade ao que lhe acontece, mostrando as evid�ncias aos colegas, por exemplo. - S� converse com agressor na presen�a de testemunhas - Exija por escrito uma explica��o do agressor. - Guarde uma c�pia da resposta e envie o original ao departamento de recursos humanos. E o que acontece com quem denuncia? Essa � a pergunta que muitos trabalhadores fazem. O caminho � procurar a representa��o do Minist�rio do Trabalho na sua cidade. Com autoriza��o do empregado, os fiscais v�o procurar o chefe de quem pratica o ass�dio. Uma segunda etapa � a media��o. E se ainda assim a quest�o n�o for resolvida, a empresa poder� ser fiscalizada e a den�ncia encaminhada ao Minist�rio p�blico. �A Justi�a est� aceitando e est� admitindo como doen�as ocupacionais, uma s�rie de doen�as tipo ass�dio comprovado atrav�s de documento m�dico. Se o fato ocorreu no trabalho � considerado uma doen�a de acidente de trabalho�, afirma D�rio Ambr�sio, advogado. J�nio sofreu um bocado na loja onde era estoquista. Era um constrangimento. �A gente entrava numa sala junto com o revistador e ficava totalmente nu�, conta J�nio Moraes, estoquista. As revistas eram feitas tr�s ou quatro vezes por dia. Antes de se sentir pior ainda, ele foi � Justi�a e ganhou uma indeniza��o de sete mil reais. �Voc� tenta uma indeniza��o por danos morais para que eles n�o possam fazer mais com ningu�m�, afirma. Fonte: Globo not�cias |