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ELES FALAM SOBRE SUAS ESTRATÉGIAS |
Felipe Calixto Netto, da mineira Sankhya, empresa de tecnologia que oferece soluções em gestão empresarial, com 320 funcionários e faturamento de R$ 16 milhões em 2009 |
Luiz Carlos Monteiro, da Epharma, empresa paulista de gerenciamento de benefícios farmacêuticos, com 144 funcionários e R$ 15 milhões de receita em 2009 |
Carlos Augusto Leite Netto, da paulista Matera, empresa de software que oferece soluções de tecnologia, com 147 funcionários e estimativa de faturamento de R$ 22 milhões em 2009 |
POR QUE ADOTEI A MERITOCRACIA? |
Com o crescimento da Sankhya, percebemos que era cada vez mais neces- sário ter funcionários talentosos e moti- vados. Precisávamos desenvolver interna- mente o orgulho de pertencer à empresa. Para conseguir isso, nos últimos três anos passamos a adotar algumas ações para reconhecer os colaboradores pelo desempenho e, assim, pagar mais àqueles que se destacam, tanto pela quantidade quanto pela qualidade do serviço. |
Queremos fazer da Epharma uma empresa horizontal, onde as informações fluam em todos os níveis e os colaboradores pensem o negócio junto com os sócios. Por isso, há dois anos iniciamos uma política de premiação baseada no desempenho individual. Em uma empresa prestadora de serviços como a nossa, o maior ativo são os colaboradores. Preenchemos a grande maioria das vagas com a promoção de funcionários da fábrica. |
Para criar uma cultura de que ganha mais o funcionário que merece. Não adianta ser simpático, bajulador, se não ajudar a empresa a gerar resultados. Precisamos ter pessoas que se empenhem em fazer a empresa crescer. Se isso acontece, podemos dividir os lucros. Ao reconhecer quem faz mais e melhor queremos estimular a competição positiva e não predatória - e é preciso ficar atento a isso na hora de estabelecer as políticas de reconhecimento. |
QUE PRÁTICAS FORAM IMPLEMENTADAS? |
Adotamos um salário total composto de uma parte fixa e outra variável, calculada com a ajuda de índices que levam em conta a produtividade e também a qualidade do serviço. A parcela variável chega a representar entre 50% e 60% da remuneração total. Também premiamos os colaboradores que antecipam a entrega de projetos e oferecemos participação nos lucros. Nossa política é de reconhecer os funcionários pelos seus méritos, não importa quem sejam. |
Criamos o Prêmio Mais, um bônus de até R$ 1 mil dado aos funcionários integrantes de projetos que trazem bons resultados à empresa. Também temos o Programa Atitude de Valor, que premia, com uma viagem para qualquer destino nacional, os autores das melhores ideias, aprovadas e implementadas, que ajudem algum setor da empresa. Ainda investimos na formação dos colaboradores: pagamos parte do curso de inglês para toda a equipe e MBA para os cargos executivos. |
A participação nos resultados, paga semestralmente, tem como indicadores o lucro da empresa e o desempenho de cada funcionário. Levamos em conta as vendas, o cumprimento de metas, o número de bugs nos softwares. O dinheiro economizado com quem não atinge a nota máxima no desempenho vai para um fundo de investimento em treinamento. Outra medida foi a criação do sistema de contas abertas: todos sabem quanto faturamos e gastamos para que entendam, por exemplo, quanto custa um erro e como isso impacta a receita. |
QUAIS OS RESULTADOS PARA A EMPRESA? |
Ter pessoas empenhadas em fazer o melhor é sempre bom, para qualquer empresa. Em relação à política de transparência, percebemos que a equipe começou a entender o que é importante para a Matera e como ajudá-la a crescer. Claro que a meritocracia não é um mar de rosas, nem todos os funcionários aprovam. Existem aqueles que preferem cumprir o horário e ganhar sempre um salário fixo ao final do mês. |
Se antes era difícil reter talentos, hoje é raro perdermos bons profissionais - a taxa de rotatividade é de apenas 3%. O faturamento também cresceu muito. Com a nova forma de calcular o salário, todos se preocupam em preencher as ordens de serviço, o que é fundamental para cobrarmos dos clientes. |
Essas ações têm reflexo direto na produtividade e na motivação dos funcionários. Sentimos a satisfação direta nas conversas do dia a dia e isso se reflete nos números - estamos crescendo 25% ao ano desde 2006. Além disso, nossa equipe é formada por muitas pessoas que começaram no call center da empresa e hoje ocupam posições de chefia. |